Eliane estava muito feliz,foi a idealizadora da festa de 83 anos de seu pai.Reuniu quase toda a família, somente quem vive fora do Estado não estava lá, presencialmente.
Seu Ildebrando estava radiante,fazia tempo que não via tanta gente em casa:filhos,netos,bisnetos,alguns conhecidos da rua...seis dos dez filhos fazendo sua alegria.
Na hora de montar um pequeno mural, Eliane chamou algumas das sobrinhas, noras e sua irmã caçula.Então,Norminha (sua nora) perguntou:
–Como será? Primeiro só os filhos e depois os netos ou cada filho com suas crias?
–É melhor na ordem cronológica: do filho mais velho até a mais nova,que a Tamara.Sugeriu Nalva, umas de suas cunhadas.
Aí começou um fuzuê,se ouvia nomes e idades sendo ditas pelo corredor e na sala,onde elas estavam.
Ao ouvir cada nome e a respectiva idade,ela se encolheu e decidiu organizar aleatoriamente.Conservando cada família formada por seus irmãos e irmãs.Deixando seus pais no centro,colou corações em volta da foto.Recortados ali mesmo por ela.
–Tia...ficou bonito assim.Disse Lica,sua sobrinha e afilhada.Depois cochichou no ouvido de seu pai:
–Tia Eliane não aceita que minha mãe seja mais nova que ela,fazer o quê?
–Tem gente que não se aceita e ainda acha que tem o direito de ter o que o outro tem...
Riram se olhando com cumplicidade,a festa foi boa.No início da noite,cada um dos presentes se despedia de seu Ildebrando.
Valdelice Nunes
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