Se cada rua,beco,avenida...falasse,
contaria tudo que nem eu saberia detalhar.
E as praças? O cais...
As risadas nas calçadas de amigas e conhecidos de uma Penedo que já não é mais como antes.
Eu sei,tudo gira na roda do tempo. Eu mesma não sou aquela que tomava banho no Rio São Francisco. Não sou,nem dela sinto saudade.
Sei que para muitos escrever poesia sobre um lugar é exaltar grandes nomes da História local, regional ou nacional. Vivo numa cidade com muitos acervos culturais: materiais e imateriais. Mesmo que não haja registros oficiais.
Em Penedo temos tudo isso,prefiro ver meus reflexos nas águas do Velho Chico, nas minhas idas e vindas,pela Quitanda ou pela Rocheira porque elas falam de mim.
Dos muitos mundos onde me eternizei,dos sonhos que sonhei. Elas sabem tudo que passei. Conhecem cada passo que dei.
As ruas contam tudo: alegrias,medos,receios,antigos discursos que cabiam naquele mundo,a ele deixei de pertencer,faz tempo.
Escrevo sobre histórias que continuam impressas nos lugares onde estive, porque sou filha deste lugar e o mundo abriga todas as minhas raízes.
A cidade mudou,eu continuo mudando.
Juntas seguiremos nos transformando, deixando marcas pelas esquinas do tempo.
Valdelice Nunes
> imagem < Arquivo Pessoal
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